Vivemos em um mundo que pode ser qualificado como a era do conhecimento, em que a informação passou a ser a ferramenta básica da sobrevivência dos indivíduos. Neste cenário, cabe se perguntar qual seria a competência prioritária a ser desenvolvida no seio das escolas. Além da competência de aprender a aprender cada vez mais, é extremamente necessário o desenvolvimento das habilidades que visem à competência leitora e escritora. É por meio dela que conseguimos guiar nossos caminhos e acessar nossos direitos enquanto cidadão. As competências leitora e escritora, a primeira ainda mais, libertarão o homem de sua ignorância e o auxiliará a navegar no mar de mudanças e desafios que esta sociedade impõe e que o cercará por toda a vida, além de aparelhá-lo para a intensa competitividade a que estará sujeito. E não será exagero afirmar que os primeiros passos recebidos na educação escolar definirão, em muito, o que cada um vier a ser. A educação, no seu sentido mais formal, que cabe preferencialmente à escola, deve-se encarregar de prover meios e de se mobilizar em torno de objetivos específicos de tal modo que, gradativamente, os indivíduos que a freqüentam, passem do nível básico da alfabetização a uma leitura mais ampla e dotada de significados. Mas como iniciar esse trabalho visando ao desenvolvimento pleno das competências leitora e escritora?
A porta de entrada da educação para todos é a alfabetização. É aí que tem início e se tornam visíveis as deficiências da aprendizagem que não se combatem, e se acumulam e se agravam com o decorrer dos anos.
Motivos?
São muitos, e não é o caso, aqui, de citá-los, mas só à guisa de ilustração, vale mencionar um: a equalização dos alunos em sala de aula, sem que se adotem didáticas diversificadas de ensino aprendizagem.
Todavia, este cenário começa a se transformar e se vislumbra, ainda que tardiamente, ações voltadas a reverter este quadro que por hora se instaura.
A porta de entrada da educação para todos é a alfabetização. É aí que tem início e se tornam visíveis as deficiências da aprendizagem que não se combatem, e se acumulam e se agravam com o decorrer dos anos.
Motivos?
São muitos, e não é o caso, aqui, de citá-los, mas só à guisa de ilustração, vale mencionar um: a equalização dos alunos em sala de aula, sem que se adotem didáticas diversificadas de ensino aprendizagem.
Todavia, este cenário começa a se transformar e se vislumbra, ainda que tardiamente, ações voltadas a reverter este quadro que por hora se instaura.
A exemplo de uma dessas iniciativas bem sucedidas, podemos citar o GAP ( Grupo de Apoio Pedagógico ). Neste projeto, desenvolvido pela Secretaria de Educação de Taboão da Serra, tanto os professores quanto os alunos nele envolvidos contam com algumas peculiaridades que facilitam e garantem o sucesso do trabalho: número reduzido de alunos por turma; livre acesso a livros paradidáticos; orientação pedagógica e curso de formação continuada; professores comprometidos com o ato de ensinar/aprender. No GAP, as atividades desenvolvidas visam, prioritariamente, ao desenvolvimento das competências leitora e escritora. Os alunos têm espaço garantido para praticar a leitura; ouvem leituras realizadas pelo professor, o que lhes proporcionam modelo de bom leitor; colocam em jogo as estratégias de leitura em atividades que exigem desde a capacidade de decodificar o código escrito a atividades que exigem uma leitura paradigmática do objeto lido; escrevem diariamente, mesmo que sejam palavras memorizadas, o que lhes garantirá um dicionário mental a ser consultado em novas escritas; etc.
O desenvolvimento destas atividades, aparentemente simples, ajuda na formação de um leitor/escritor competente, logicamente que se trata de um primeiro passo, mas um passo formador de base, um passo para o exercício da cidadania, como se pode observar na fala do aluno “J.M.A.”: “ QUANDO ENTREI NO GAP, NO INÍCIO DO ANO, EU NÃO CONHECIA TODAS AS LETRAS DO ALFABETO, AGORA JÁ CONSIGO LER LIVROS SEM AJUDA DO PROFESSOR, E EM QUALQUER TIPO DE LETRA. E MINHA MÃE, QUANDO VAI FAZER COMPRA NO MERCADO, ELA SÓ FALA O QUE PRECISA E EU VOU ANOTANDO NO PAPEL O QUE ELA VAI FALANDO. É MUITO BOM.” Vale ressaltar que o aluno em questão freqüenta o terceiro ano e ainda não havia dominado os rudimentos básicos da leitura e da escrita.
Não se pode conceber a ideia de que uma criança tem até três anos para se alfabetizar. Obviamente que cada um tem seu próprio ritmo de aprendizagem, mas não se pode cruzar os braços e esperar que a aprendizagem simplesmente floresça. É preciso criar mecanismos para que ela aconteça o mais rápido possível.
Não se pode também falar no desenvolvimento de uma leitura paradigmática sem antes desenvolver as habilidades iniciais que todo ato de ler exige e que vão se tornando inconscientes a medida que nos tornamos leitores eficientes. Quando se quer ensinar alguém a dirigir não se chega para esta pessoa e diz: “ olha, isto é um carro, pode dirigi-lo”. Ao contrário, apresenta-se o pedal de embreagem, o freio, o acelerador, as luzes indicativas de direção, etc. Lógico que conhecer estas ferramentas não é dirigir, mas conhecê-las permite acionar mecanismos que levarão ao ato de dirigir.
Esta parece ser a ideia em progresso no GAP: a de instrumentalizar as crianças para que a partir do domínio das habilidades básicas da leitura e da escrita, possam, gradativamente, tornar-se leitores e escritores competentes, aptos a atuarem em uma sociedade que, em matéria de leitura e escrita, se torna cada vez mais exigente.