Trabalhar com o GAP é um eterno aprendizado, minha primeira experiência foi em 2008, fiquei dois anos fora e voltei agora em 2011. Quando peguei minha primeira turma de GAP, só tinha trabalhado um ano com turma de 2º ano e pude aprender muito, com eles pude entender como cada um tem seu tempo, seu ritmo, sua habilidade, e como é importante respeitar isso em nossos alunos.
A grande maioria dos alunos chegam achando que não conseguem aprender, com baixa auto-estima, desestimulados, são agitados, não conseguem se concentrar, entre outros. O primeiro passo é acolher, fazer com que se sintam importantes e que são capazes. Muitos querem a sua atenção, querem contar seus feitos e ficam felizes por você os olhar nos olhos e ouvir o que eles tem a dizer.
Poder observar o avanço e a alegria dos alunos quando conseguem ler as primeiras palavras, os primeiros textos, ainda que pequenos, é algo que me faz lembrar porque escolhi esta profissão.
O trabalho no GAP é diferenciado da sala de aula regular, pois temos que alcançar esses alunos e o método da sala de aula não funcionou com eles.
Durante as aulas pude observar que a imagem fala muito para esses alunos com dificuldade, imagens bonitas, diferentes e que chamem a atenção. Eles também se interessam por curiosidades, informações que eles ainda não saibam.
Como trabalhamos com o “bichionário”, um bicho representando cada letra do alfabeto, e com as famílias silábicas, procurei figuras dos animais, algo que fosse agradável aos olhos, que chamasse a atenção. Levei para a sala de aula uma coleção sobre os animais que tem curiosidades e a foto do bicho, percebi que a aula em que trabalho com estas figuras eles ficam mais atentos e interessados, essas figuras aguçam sua visão e eles conseguem relacionar melhor as sílabas. Essas figuras ajudam na memorização, trazem uma referência para eles, e isso ajuda a terem segurança para arriscarem a leitura e a escrita.
Em 2008 tive um aluno que começou em março pré-silábico, após conhecer as famílias silábicas se manifestou dizendo que daquele modo era fácil, em julho já estava escrevendo pequenos textos.
A Carla tem o diagnóstico de não conseguir reter informações, mas com o trabalho na sala do GAP, desde abril, ela já está lendo palavras de sílabas simples, o que é um grande avanço para ela.
Não só eles, são várias histórias que mostram que o trabalho diferenciado do GAP faz a diferença na vida de muitos alunos que precisam de algo mais para conseguir entrar no encantador mundo da leitura e da escrita.
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